1. Introdução
A Origem da Ideia de Disponibilizar os Acervos do Conhecimento Acerca da Gestão Estratégica no Agronegócio Brasileiro
Como técnico e Diretor da Companhia de Financiamento da
Produção (responsável pela política de Preços Mínimos) e como professor e
pesquisador da FGV tive o privilégio de conviver com dirigentes e empresários
de um setor que surpreendia o Brasil e o mundo: os líderes empresariais do
agronegócio brasileiro. Muito curioso, sempre me perguntava de onde provinham
os resultados tão espetaculares do setor agroindustrial. A resposta não tardou
muito.
Desde o início da nossa convivência – diga-se de passagem,
não como professor e alunos, mas como participantes de um intercâmbio de
informações, dividindo conhecimentos em gestão estratégica – com os
profissionais do agronegócio, nos cursos de Posicionamento Estratégico e
Processos Decisórios do Agronegócio e Estratégia das Corporações do
Agribusiness nos deparamos com um tesouro de inestimável valor na área do
conhecimento, na fronteira da aplicação prática das melhores práticas de gestão
estratégica. Passamos a trabalhar, na nossa convivência, da seguinte forma: a partir
de resumos da literatura técnica, desenvolvemos em conjunto uma “oficina de
aplicações práticas” – na realidade de cada empresa, e no conjunto de todas as
demais representadas por seus dirigentes nas “oficinas” – vivenciadas por cada
um e de todos dos participantes do treinamento, em um esforço conjunto. Em um
Aprendizado Coletivo.
Essa troca de experiência de discussões, não tanto em
formato de aulas, mas autênticas mesas-redondas, revelou-se preciosa. Cedo
verificamos que aquele acervo de conhecimento transcendia os meros limites de
cursos, aulas, leituras técnicas exaustivas e livros-texto. Havia algo muito
maior: conhecimento auferido no mundo prático. Valia a pena disponibilizar este
tesouro de informações e experiências vividas por uma grande parte dos bons
dirigentes do agronegócio.
A todo este acervo de experiência inicial somou-se um outro
ainda maior. As provas e os trabalhos práticos feitos pelos participantes dos
treinamentos (alunos). Esses instrumentos foram desenvolvidos e aperfeiçoados ao
longo dos cursos para captar o que os dirigentes achavam importante no
dia-a-dia da empresa, nos processos complexos de decisão, na percepção do
ambiente de negócios, no trato com os colaboradores, e em muitas outras áreas.
Assim, treinamento e intercâmbio de informações definem
melhor nossos exercícios dentro dos nossos propósitos, definem melhor do que
cursos e aulas. À medida que os participantes do treinamento foram absorvendo
os resumos técnicos da literatura especializada, formulamos perguntas acerca da
identificação de problemas mais complexos de gestão estratégica e das condutas
recomendadas e adotadas, dentro de um quadro geral de complexidade crescente,
com perguntas cada vez mais difíceis.
As respostas de cada turma – hoje somam mais de 30 turmas e
mais de 1.000 participantes no Curso de Agribusiness em todo o Brasil –
surpreendiam à medida que, com base no avanço alcançado nas turmas anteriores,
formulávamos novas perguntas, aprofundando questões estratégicas em diversas
áreas do conhecimento de gestão estratégica. Tal foi a nossa surpresa quando
verificamos que quanto mais difíceis as perguntas melhores e mais adequadas as
respostas. Decidimos adicionar ao acervo de conhecimento em nossos trabalhos
incluídos nesse Site as respostas mais destacadas das provas de dirigentes
virtualmente brilhantes. E, por último, fizemos trabalhos individuais e em
grupo, que comporiam a avaliação final do aproveitamento dos participantes;
outro acervo de valor inestimável revelou-se extremamente útil para um compartilhamento
e transferência de conhecimento.
Todo o material originário deste intercâmbio de informações
foi usado para montar material didático, em textos escritos e CD Rom,
distribuídos para todos os participantes dos novos treinamentos. Esse material era,
a um só tempo, de muito agradável leitura, porque feito pelos próprios
dirigentes, e de muito valor técnico, pois incorporava os “resumos dos
livros-texto”.
Destarte, decidimos montar um sistema de disseminação de
conhecimentos, experiências, identificação de problemas, condutas recomendadas
e adotadas. Criar um espaço dedicado á experiência adquirida a partir de
depoimentos de quem fez, faz e fará a diferença na gestão estratégica do
agronegócio.
Resolvemos adotar duas condutas. A primeira consistia em
seguir oferecendo resumos da literatura técnica como base para as discussões
que se seguiam nos trabalhos e provas, mas desenvolvendo um compromisso mais
importante do que aquele ligado aos livros técnicos: um compromisso com a
percepção dos dirigentes do setor acerca da realidade dos problemas do
dia-a-dia e de suas soluções. Os problemas de gestão caminhavam muito à frente
do que a literatura dos livros podia alcançar. Era necessário registrar a
percepção dos empresários com relação aos problemas que estavam logo à frente
nas empresas, nos cenários iminentes. Nosso compromisso passou a ser muito mais
com a percepção dos dirigentes do que com o que constava dos livros-texto.
A segunda era criar um fórum de discussão do que estava
verdadeiramente na fronteira do conhecimento adquirido com a aplicação dos
ensinamentos técnicos na prática. Além de um intercâmbio de experiências,
conduzido pelos próprios empresários, que será a etapa final, o objetivo e a
meta maior deste nosso “instituto de estudos avançados” dedicado à gestão
estratégica sempre foi de dividir conhecimento.
2. Nossa Metodologia na Prática
- Todo
o material contido neste site resulta, em primeiro lugar, de diálogos
diretamente com dirigentes em todos os níveis de empreendimentos no
agronegócio; de entrevistas com dirigentes e líderes empresariais para conhecer
suas experiências vivenciadas no dia-a-dia das empresas, suas estratégias bem
sucedidas e suas estratégias não tão bem sucedidas, oportunidades perdidas.
Todo o processo de coleta de informações tem como traço característico a
quantificação das respostas, convertido todo o conteúdo de todas as
experiências em fatos e números, dentro do princípio de que “o que não se mede,
não se gerencia”.
- Nossa
proposta é montar amostras de grupos de dirigentes e aplicar métodos de medida
estatística a todos os dados obtidos nas entrevistas, enquetes, pesquisas de
opinião, para derivar consenso, denominadores comuns acerca das experiências
vivenciadas pelos dirigentes empresariais, com o objetivo de hierarquizar, em
ordem de importância, e conferir um peso específico a cada experiência feita
com cada estratégia. São usados métodos quantitativos
- O
objetivo maior é aumentar nossa percepção do que está ocorrendo ao nosso redor
e no ambiente de negócios, no mundo corporativo do agronegócio.
- Uma
parte do material consiste em resenhas de trabalhos técnicos sobre gestão
estratégica, com a preocupação de salientar aspectos específicos de elevada
aplicabilidade no agronegócio.
- Pesquisas
feitas com rigor técnico e científico que representam avanços significativos no
conhecimento foram ajustadas para fácil acesso no início por parte de todo o
público do agronegócio brasileiro, em linguagem simples e direta, capaz de
facilitar o entendimento de questões complexas da gestão das empresas.
Gradualmente os textos vão aumentando em complexidade para atingir a
complexidade das decisões no mundo atual.