Como
é possível entender o processo de formação de preços das culturas de
exportação? Por que o Brasil perdeu sua posição de grande exportador mundial de
arroz, algodão e milho, que desfrutava até 1973? Como se pode entender que o
governo tenha adotado persistentemente uma política restritiva às exportações
com a imposição de toda sorte de controles e impostos de exportações, por um
período de tempo tão longo? Estudos nacionais, e em universidades estrangeiras,
mostravam de forma inequívoca que esses impostos tinham severos efeitos
alocativos que, a longo prazo, prejudicavam muito estas atividades produtivas.
Esses impostos incidiam desigualmente sobre o setor agrícola, agravando
problemas distributivos no próprio setor. Além disso, a incidência desses
impostos, no caso do pressuposto de pequeno país, era interna. Pela violência
com que eram aplicados, acabavam gerando efeitos colaterais severos, mesmo para
a sociedade como um todo, na medida em que expulsavam mão-de-obra para o meio
urbano, criando megalópoles inadministráveis.
Este
trabalho procura responder este conjunto de indagações, do porquê o Brasil
perdeu posição de exportador, para uma posição embaraçosa de importador de
alimentos, com uma das agriculturas mais poderosas do mundo.